segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

sobre a importância da orientação vocacional

...por Luciana Jacob Nogueira. (fonte: D24AM)

d24am

A consultora de carreiras e fundadora da Singulari Consultoria, Luciana Jacob Nogueira, fala da importância da orientação vocacional e da demanda de coaching executivo das empresas de Manaus

Manaus - Humanas ou exatas? Qual curso escolher? Por realização pessoal ou por dinheiro? Essas são apenas algumas das perguntas que o jovem se faz quando está no processo de escolha da sua profissão, decisão muito importante para se fazer tão cedo e sem um apoio de um especialista, ou mesmo dos pais.
Para a consultora de carreiras e fundadora da Singulari Consultoria, Luciana Jacob Nogueira, essa escolha não pode ser feita por pressão, sob o risco de criar futuros profissionais frustrados. A psicóloga e empresária fala da importância da orientação vocacional, da demanda de coaching executivo das empresas de Manaus, além do importante equilíbrio que a pessoa deve fazer entre optar pelo que gosta e o que oferece retorno financeiro. A entrevistada  acredita  que  marketing digital,  pesquisa e estatística, desenvolvimento de novas tecnologias e  empreendedorismo serão os ramos de maior evidência em 2014.
Quando os pais percebem uma certa vocação para alguma área específica em seus filhos, vale a pena investir desde cedo? 
Antigamente se falava muito em vocação. Hoje em dia não falamos muito, porque parece muito restritivo. Ninguém nasce para ser professor, por exemplo, mas sim com características, como gostar de pessoas e facilidade para se expressar. Hoje, temos um número muito maior de novas profissões, como analista de mídias sociais. Ninguém pode dizer que nasceu com vocação para analista de mídias sociais, por exemplo.


O fato de os pais ‘empurrarem’ seus filhos para determinada área, pode atrapalhar ou ajudar no processo de escolha da carreira? 
Muitas vezes, os pais querem suprir uma demanda sua por meio dos filhos. Eles investem para que o filho seja médico, mas aquilo pode não ter nada a ver com o que o jovem queira. Obviamente, os pais estão preocupados com a remuneração do filho e é natural que eles se preocupem. Os pais devem tomar muito cuidado para não impor suas próprias aspirações e as suas frustrações nos filhos. Recomendaria aos pais mostrarem um leque de profissões e até apresentaram amigos de profissões diferentes aos filhos. Temos muitas opções de cursos e quanto mais opção, mais difícil a escolha. Um número muito grande de troca de cursos. A minha recomendação é entender não só a ideia da profissão, mas o seu dia a dia.


É cada vez mais comum nessa geração a troca de ramo? Por que acontece isso? 
Isso acontece por falta de informação de como é o curso, da grade curricular e de como será a vida profissional. A imaturidade também conta. Às vezes, a pessoa mudou tanto dos 16 aos 25 anos e ela percebe que aquele curso não tem nada a ver com ela. Para quem sente essa dúvida, eu recomendo que busque ajuda profissional. Adolescentes entram na faculdade em grupo, por empolgação porque os amigos escolherem o mesmo curso. Os pais só precisam tomar cuidado para que a informação não se transforme em uma pressão. Mas existem casos de pessoas que descobrem que não querem aquilo depois de terminarem a faculdade. Ou pessoas que trabalham dez anos na profissão, mas dizem ‘cansei’.

O chamado teste vocacional já se modificou muito com os anos. Hoje, qual a importância? 
A orientação profissional é importante para evitar uma escolha errada. O objetivo principal é ajudar a tomar uma decisão consciente. Uma série de fatores podem levar à infelicidade, então é preciso eliminar esses fatores do caminho. A partir da entrada do Ensino Médio já se pode começar a se preocupar com isso. Nesse período, dá para conhecer profissionais de diferentes áreas, ir a feiras feitas pelas faculdades. Como as pessoas entram no mercado muito cedo, é comum depois de alguns anos elas terem a vontade de mudar.

Dá para haver o equilíbrio entre o gostar da profissão com a questão financeira? 
Pregamos muito o lema ‘faça o que você ama e ame o que você faz’. Mas algumas pessoas levam isso muito ao pé da letra e limitam as suas possibilidades. Você precisa entender o que gosta de maneira geral. Dá para combinar isso, mas é preciso ser racional. Para algumas pessoas, ter sucesso e ser realizado, não é ter muito dinheiro. É ter tempo livre, passar mais tempo com a família, mesmo optando por um salário menor. Mas é difícil tomar essas decisões quando jovem, porque, nessa época, não há esse tipo de preocupação. Não se pode escolher determinada profissão só porque ela está dando mais dinheiro no momento.

Na área de coaching de carreiras, quais são os segmentos que mais procuram esse tipo de serviço e as causas? 
Atendemos profissionais de serviço, comércio e do distrito. As dificuldades encontradas têm a ver muito com as questões individuais. Antes, havia um investimento maior das organizações. Hoje, vejo muito mais os próprios executivos querendo investir no seu desenvolvimento. Muitos profissionais nos procuram independente da sua empresa.

Perfil
Luciana Jacob Nogueira
Psicóloga formada pela Ulbra e mestre em Engenharia da Produção (UFRJ). Fundadora da Singulari Consultoria, com experiência como consultora de gestão de pessoas no Brasil e no exterior, tendo trabalhado na empresa holandesa Samhoud. É membro da Diretoria da Associação Brasileira de Recursos Humanos, professora de pós-graduação e autora do livro ‘Sucessão em Empresas Familiares: Um estudo multicaso no Amazonas’.

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